Por Caroline Oliveira

Moradores do sul do Piauí flagraram o momento que “lixo espacial” surgiram atravessando o céu na noite desta sexta-feira (22). Em Corrente, a 900 km de Teresina e em outras cidades do sul do estado, os moradores filmaram o fenômeno que aconteceu por volta das 22h30.

“A princípio as pessoas estavam achando que era um avião que estaria caindo, mas depois eu fui pesquisar sobre o evento e vi que estava sendo visto de diversas cidades. No momento que a gente avistou, nós estávamos em um bairro aqui na saída da cidade, mas deu pra ver de diversos locais aqui, inclusive do interior”, informou o funcionário público Elvio Andersson, ao Cidadeverde.com.

O lixo espacial que parece bolas de fogo cortando o céu eram parte de um foguete, lançado no espaço, pela China ainda em  2018. A reentrada do lixo aconteceu por volta das 22h30 e grande parte foi queimado no atrito com a atmosfera.  

O professor Edwar Montenegro, membro do grupo Graviton Scientific Society  que é um grupo dedicado à observação astronômica no Piauí infomou ao Cidadeverde.com que se tratava do corpo do foguete 2018-011E, lançado no dia 25 de janeiro de 2018, do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na China e fazia parte da missão Weina 1A/Yaogan-30.

“Ele foi visto de vários estados do Nordeste, a maior parte do corpo do foguete é completamente vaporizado durante a passagem atmosférica. Mas cerca de 20% a 30% do material acaba resistindo e chega ao solo, podendo atingir a superficie da Terra ou na maioria do casos o mar. A chance de atingir uma residência ou pessoa é muito baixa”, explicou o professor que dar aulas de  tecnologias espaciais na educação básica.

Ele disse ainda que o lançamento de foguetes e satélites tem aumentando consideravelmente nestes ultimos anos, o que pode aumentar a quantidade de lixo espacial.

“Consequentemente vai aumentar a quantidade de lixo espacial, seja restos de foguete ou satélites que deixarão de funcionar e entrarão novamente na atmosfera”, afirmou. 

Trajeto feito pelo lixo espacial na Terra

Fonte: Cidade Verde