O grupo bolsonarista que bloqueou desde às 7h desta segunda-feira (1º) o trecho da BR-316 que dá acesso à ponte da Tabuleta, entre Teresina e Timon(MA), decidiu encerrar a manifestação e liberar o fluxo de veículos após mais de 12 horas de protesto.
A decisão veio após uma longa negociação com as forças de segurança destacadas para o local. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) conseguiu a liberação de uma das vias da pista ao longo do dia por breves períodos de tempo.
No local, os manifestantes entoavam palavras de ordem, críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vencedor do segundo turno das eleições no último domingo (30).
O Cidadeverde.com tentou conversar com pessoas que participavam do ato, mas nenhuma delas quis falar com a imprensa, que chegou a ser hostilizada em vários momentos.
O protesto seguiu mesmo após às 15h20, horário negociado com a PRF para a liberação total da pista. O grupo seguiu com a interdição parcial da BR até certo horário e posteriormente retomou o bloqueio total da avenida.
Os ânimos ficaram mais acessíveis após o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a tarde. Os apoiadores entenderam que a palavra do líder da República incentivaram a continuidade dos atos, registrados em diversas cidades do país.
No final da tarde, a coronel Júlia Beatriz, comandante da Força Estadual de Segurança do Piauí, chegou ao local para tentar intermediar uma negociação com os manifestantes, mas sem sucesso. Isso porque o grupo não apresentou uma pauta de reivindicação.
“Ninguém está aqui tirando o direito de manifestação de ninguém, que isso fique bem claro. O direito de manifestação é constitucional desde que não impeça outros direitos, como o de ir e vir das pessoas”, disse a militar.
Uma das dificuldades para a negociação era que os manifestantes não conseguiam chegar a um consenso. A orientação da Polícia Militar era para a desobstrução das duas vias, mas parte do grupo se recusava a acatar a proposta e permaneciam no local.
Em meio ao impasse e negociação frustrada, a Tropa de Choque da Polícia Militar do Piauí (PM-PI) foi acionada para ficar de prontidão para um eventual uso da força. “A gente vai agir de acordo com o uso diferenciado da força, a primeira delas é a conversa”, disse a militar.
Enquanto o grupo discutia o fim do protesto, agentes da PRF desmontaram o piquete montado pelos manifestantes no meio da pista. Troncos de árvores, pneus velhos e entulhos de ferro velho foram jogados no acostamento para liberar o fluxo dos veículos.
Os manifestantes decidiram desfazer toda a estrutura montada no local e mudar o local do ato. Depois de muita discussão, o grupo concordou em se mobilizar em frente ao 25º Batalhão de Caçadores do Exército Brasileiro, no centro da capital.
Após a saída dos manifestantes, a longa fila de carros e caminhões que se formou ao longo da manifestação conseguiu transitar livremente pela pista, ainda com o auxílio de agentes da PRF que seguiram orientando o trânsito no local.
Fonte: Cidade Verde | Fotos: Renato Andrade